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domingo, 11 de outubro de 2009

O JUIZ É CEGO É O ADVOGADO QUER SER RICO!

Teo estava cabisbaixo com o resultado da última audiência. Sua ex-mulher se fazia de vítima diante do juiz e se valia de todas as prerrogativas legais, pois elas estão a seu favor. Afinal, mãe é mãe, esta parece ser uma fantasia recorrente para os magistrados quando se trata de educar e cuidar de filhos. Mesmo que as mulheres não tenham nascido mães, o fato de serem mulheres já é suficiente. Do mesmo modo que há uma relação entre a cortesã e a santa, existe uma outra entre o juiz e o carrasco. “Se raspares o juiz, encontrareis o carrasco”, dizia Vitor Hugo.
Mas por que será que os magistrados não conseguem pensar nisto?
Sabemos que o tamanho do estrago causado por um mau juiz é bem maior do que aquele causado por um arrastão. Um juiz pode aniquilar a alma enquanto um arrastão o bolso. Percebemos que quando interpretam a lei estão legislando em causa própria, pois não há nada mais subjetivo do que uma interpretação da lei. Se um juiz se esqueceu do quanto é comum o juízo humano se enganar, é porque neste caso foi sua impotência que o fez magistrado. Foi ela que o conduziu ao lugar que ocupa.
Não existe nada mais feroz do que um juiz impotente, cego e dependente de um bom advogado para paparicá-lo. Este juiz quando identificado com corruptos e abusadores, cria mecanismos esdrúxulos para beneficiá-los. Se fosse exclusivamente mesquinho sua avareza seria tolerável, mas não, ele imagina-se pródigo e sua arrogância é detestável. A injustiça é uma das faces da hipocrisia da lei que retém o que é leve, deixando propositalmente escapar o que é grande e pesado.
Do modo como Teo o descreveu é possível pensarmos em quem este juiz seja, considerando a sensação que ele causou-lhe durante a audiência. Suas decisões foram desprezíveis, ele se coloca como se fosse um grande rei cujo vício é exercer seu poder sobre terceiros. Ele pensa que não é mortal e pelo orgulho que exala parece ser filho da ignorância. É um covarde haja vista que só consegue alcançar os objetivos que estão no seu intimo protegido pelo cargo que ocupa.
Sentado numa cadeira de espaldar alto disposta sobre um tablado estava o juiz. A sua frente havia uma mesa e sobre ela muitos papéis confirmando que a aparência sempre é mentirosa. Mas o silêncio sobre isto era guardado por aquele que na cruz deveria proteger a cabeça do magistrado para que ela não tombasse. Do alto de sua impotência ele olhava com desdém para todos como se fosse possível ameaçar alguém com sua arrogância.
Muitos juizes roubam, só que faz com uma autorização para fazê-lo. Ele diariamente rouba a fé que os homens têm na justiça.
- Não se dirija ao juiz, disse o advogado.
- Por que? Perguntou Teo.
- Por que é assim que funciona.
- Mulher alguma o beijaria, pensou Teo, porque de seu rosto brotavam pústulas de pus, que ele secava no decorrer da audiência. Ele virava as folhas para frente e para traz como se quisesse mostrar o quanto era importante. Ele olhava somente para os advogados e o fazia por cima de uma armação de pesadas lentes engorduradas. Sua barba rala dava volume a um rosto magro, e era usada para esconder as fistulas e também seus dentes amarelos. Ele era dentuço e usava uma gravata de quinta.
A vida não foi generosa com ele, olhando para seu rosto era possível ver sua alma e descobrir que sentença e justiça podem ser exemplos de disjunção.

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