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sexta-feira, 10 de julho de 2009

VIAGaRA FALLS

Sócrates Nolasco.


Teo e Alex foram ao Maracanã assistir a um jogo e depois marcaram um encontro com amigos num bar.
- Teo, vamos lá, a galera já deve estar comemorando.
- Comemorando o que se o jogo deu empate?
- Não importa! Olha só como tem mulher bonita!
- Alex, se eu continuar seguindo seu ritmo acabo com torcicolo. Parece lobo na casa da vovó, passa uma mulher e você saliva.
- Teo vou até ali esvaziar o tanque.
- Ali onde?
- Naquela árvore.
- Como é que é? Você passou anos no Santo Inácio pedindo para ir ao banheiro para acabar urinando numa árvore no meio da rua?
- Cala a boca que eu perco a concentração! Minha mãe me apresentou as árvores muito antes do colégio me apresentar o banheiro. Vamos lá, vamos ver quem consegue fazer mais longe!
-Alex presta atenção! Você está com os pés dentro de uma poça de mijo, deve ser de algum torcedor que veio demarcar território. Eu não participo desta molecagem.
- Teo vamos chegar naquelas mulheres ali.
- Não tô afim não, tô cansado, quero ir pra casa.
- Deixa disso brother, eu tenho Viagra suficiente pra deixar qualquer torcedor desempregado rindo a toa.
- Você tá tomando isto?
- Qual o problema? As mulheres gostam e eu não falho!
- Cara você tem 35 anos!
- Teo tô te estranhando. Depois da separação tu deixou a gandaia, não azara mais como antes, quer ir pra casa cedo...
Ô cara tu tá mudando de time?
- Alex, quando você diz estas coisas eu acho que seu bíceps assumiu o controle do seu córtex. Primeiro você acha que tomando viagra aumentará seu pênis, depois acredita que o mantendo sempre ereto se sentirá poderoso como uma hidroelétrica; além do que, você vive sacaneando todo mundo com esta inteligência de torcedor fanático.

Na infância muitos homens se sentiram diminuídos por não desejarem o que caberia a um homem, mas muitos se superestimaram pelo contrário. Para escapar da humilhação, buscam vencer todo desafio se tornando os primeiros em tudo.

O mundo dos homens funciona na lógica perdedor-vencedor. Nele, acredita-se que seja possível viver sem perder. Todavia, a perda modela e define, amadurece.

Em nome de uma biologia ficcional acredita-se que sejam os genes os determinantes da aptidão dos homens para o futebol e para treparem como bonobos. A fé em uma virilidade pura corporificada pela força física faz com que muitos homens se identifiquem com rambos exterminadores e dependam de um guindaste farmacológico para manterem a ereção.
Concebida desta forma, a força masculina ficou restrita a força bruta, que se não conduzida pela razão, desmorona sobre o próprio peso e em queda-livre, se a inteligência estiver desprovida de afeto.

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