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domingo, 12 de julho de 2009

MULHERES DE PAPELÃO

Sócrates Nolasco

- O que é isto Quincas, se pendurando na morena?
- Eu tropecei Teo!
- Cara que compra grande! O que você tem aí neste sacolão?
- Nada não...
- Como nada? Você acabou de sair do Sexshop, se atraca com esta mulher de papelão e diz que não tem nada no pacote.
- Deixa disso Teo. Quem consegue andar por esta cidade e não esbarrar nas popozudas espalhadas pelas calçadas e todas em tamanho natural. Sem falar da quantidade de revistas de sexo penduradas nas bancas, é só bunda suspensa sobre histórias em quadrinhos.
- Quincas, outro dia fui pegar minhas filhas para passear e fiquei constrangido de vê-las andando por estas Sapucaís nas quais se transformaram as ruas desta cidade. Deu-me um frio na espinha quando percebi que isto pode influenciá-las a entender o que é ser uma mulher.

Acreditou-se que a beleza salvaria o mundo e as mulheres foram incumbidas de fazê-lo, quer seja como mães ou esposas. Nos dias de hoje, a beleza entendida como dom de Deus, bem como a melhor carta de recomendação foi relida pelo bisturi. Do belo extirparam o sublime, fazendo as mulheres acreditarem que um amor construído sobre a beleza não morrerá com ela. Hoje, ficou extremamente empobrecida a experiência necessária para que uma menina, tranqüilamente, cresça e descubra que ser uma mulher adulta não é ser de papelão.

Casanova dizia que a beleza é uma outra forma de verdade, contudo, sabemos que ele não se referia a coelhinhas, ao silicone nem a lipo. A beleza sempre foi uma promessa de felicidade, mas do que estamos falando se dela também extirparam o pudor?

A beleza quando não é sublime e não tem pudor transforma uma mulher num extraordinário monumento pneumático. O sublime e o pudor se associados à beleza conferem a mulher sabedoria e nada é mais gratificante do que amá-la por isto. A sabedoria retira da beleza a certeza de que ela é dispensável à vida, redirecionando sua exuberância para a virtude.

Muitos homens sabem que o que os atrai em uma mulher raramente os vincula a ela, a beleza que seduz poucas vezes coincide com a que faz apaixonar.

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