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quinta-feira, 2 de julho de 2009

PATERNIDADE MIDIATICA.

Sócrates Nolasco (Publicado no jornal A Tarde/ Salvador)

No Rio de Janeiro, um menino vive um dilema depois da morte de sua mãe. Ele esta sendo disputado pelo padrasto e por seu pai que mora nos Estados. Por sua vez, Hamlet volta ser encenado nesta mesma cidade. Nesta peça, Shakespeare apresenta o dilema sobre a verdade. Com quem estará a verdade? A peça trata do drama vivido pelo filho que assume a luta pelo assassinato de seu pai. O pai de Hamlet foi morto por um conluio entre a mãe do príncipe e seu marido.

Obama é um presidente, que tem nas mãos a missão de estabilizar uma das maiores economias do mundo. Contudo, ele ouviu o pai do menino e considerou suas angustias. Se estivéssemos na Califórnia, assistiríamos uma corte se posicionando de outra maneira em relação ao pai da criança. Eles têm mérito por isso. No Brasil, pai e mãe não têm os mesmos direitos em caso de litígio por guarda. A mãe é quem leva.

No Rio de Janeiro, advogados dizem que cabeça de juiz é uma caixa preta. E talvez seja, porque deste modo pode-se favorecer a A ou B. Por exemplo, se um pai deseja a guarda de seu filho diante de uma mãe/ padrasto que deseja o mesmo, ele estará em maus lençóis. Aqui, existem homens que lutam anos na justiça para ter o direito de estabelecer um cotidiano com seus filhos, cuja guarda pertence às mães. Filhos que são mantidos reféns da manipulação materna e de sua família. Feliz daquele que vive em um país no qual, o presidente diz que um dos maiores bens em morar na Casa Branca, é poder estar diariamente com suas filhas.

A legislação brasileira é conservadora. Nas varas de família, os direitos entre homens e mulheres não são iguais, principalmente no que tange a paternidade. Se um homem deseja a guarda de seu filho e não quer denegrir ou desqualificar a mãe da criança, ele terá reduzidíssimas chances de sucesso. Cá a maternidade é capitania hereditária.

Este caso ilustra o calvário que acontece no Brasil. Para a justiça brasileira, a mãe continua tendo a hegemonia de poder sobre a criança, pois caso ela falte, surge seu representante, tio Cláudio, o padrasto do menino. Que bom seria se todo pai brasileiro pudesse ter na mídia um espaço para expor sua historia como tem tido o padrasto. A verdade é que o menino tem pai, mas a família da mãe diz que ele não serve.

“O mundo esta fora dos eixos”, disse Hamlet. “Oh! Maldita sorte! Por que nasci para colocá-lo em ordem?” Se pensarmos no menino, não conheço nenhum que gostaria de ver exposto nos jornais desqualificações sobre seu pai. Lamentável. Às vezes o poder e a vaidade fazem das famílias cortes dinamarquesas. E os filhos? Ah! Para os filhos reservamos a loucura.

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