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O QUE SENTIMOS PODE SER FALADO.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

VINCULOS.

- Helena, esta época me emociona. O céu claro, os contrastes do dia me fazem perceber relevos na vida. No verão eu perco esta dimensão, tudo fica chapado e superficial.
- Ontem eu estava falando sobre isto com uma amiga. No inverno eu respiro, me sinto mais perto de mim, mais tranqüila, Teo.
- Homens não conversam sobre isto entre si. Eu particularmente fico constrangido em dizê-lo a um amigo. Não sei o que ele poderia pensar a meu respeito. Estes assuntos só falo com namoradas ou amigas.
- É uma pena, porque quando falamos de nós mesmas, do que sentimos, aprofundamos nossa amizade. Isto nos dá a sensação de que existem outras como nós. Desfaz a impressão de isolamento e solidão.


Nós não nascemos apenas para nós mesmos!
Dentre todos os problemas da vida podemos dizer que romper a própria solidão e comunicar-se com os outros, sejam os que mais nos aproxima de nossa humanidade. O apelo de estar continuamente em ação faz com que muitos homens conheçam tudo, menos a eles mesmos, tornando-os reativos, rígidos as variações de seus sentimentos.

Por sua vez, estar continuamente em atividade é um modo de diminuir a borrasca em que se transformou seu caminho. Milhares de homens percorrem suas vidas sem conhecer a satisfação de tê-la vivido, são sobreviventes. A coragem para viver muitas vezes é covardia camuflada, um ardil usado por aqueles que tentam tornar suportáveis suas vidas.

Para sentir a fama que o reconhecimento confere, é preciso consumir-se, perturbar-se, lutar, errar, recomeçar do inicio e jogar tudo fora, e novamente recomeçar e lutar e perder eternamente. A calma é uma covardia da alma. Isto eu aprendi com um amigo. Sem o esforço para superar a si mesmo, a vida é pobre. Muitos homens medem suas vidas pelo número de colheres de sucesso, mulheres de papelão e reações violentas, temendo que desapareça do mundo o que lhes acena como referência.

Só estabelece algum vinculo afetivo com alguém, aquele que alcança a sabedoria de distinguir os outros e a lucidez de conhecer a si mesmo. A incapacidade de se vincular revela que há homens que usam um escudo impenetrável para se relacionar, pois mobilizados pela vergonha se protegem da existência.

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