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sexta-feira, 8 de julho de 2011

O QUE SIGNIFICA SER HOMEM?



 A masculinidade já esteve mais conectada as práticas coletivas do que hoje em dia, onde a encontramos como sinônimo do sexo dos homens. Enquanto associada ao coletivo, estabelecia que seria homem aquele que problematizasse o mundo, transformando-o para transforma-se, a um só tempo. Histórias como as do Rei Arthur e Ulisses, são exemplos disto.
Depois do século XVII, masculinidade e sexo passaram a compor o eixo em torno do qual se constituía a identidade dos homens. Anteriormente o sexo averbava o valor de um homem, hoje se tornou o próprio valor. A masculinidade, enquanto incorporada a pratica coletiva, estabelecia o roteiro para a jornada pessoal, que variava de acordo com o tempo e tipo de sociedade. Cada desafio vencido por um homem, era celebrado por todos que se beneficiavam dos resultados. A masculinidade era um nome dado as histórias de superação que partilhava-se coletivamente. Os gregos sabiam disto quando criaram a mitologia.
Ser homem é saber que amanhã não seremos o que fomos, nem o que somos, não se achando menos homem por isso. Roosevelt sabia o que era ser homem.
Em 1921, Franklim Delano Roosevelt contraiu poliomielite, aos 39 anos. Esta doença o deixou com dificuldade de locomoção. Ele não media esforços para evitar ser visto nesta condição. Vencer este incidente não foi fácil. Porém, o esforço feito por ele para superar as sequelas deixadas pela poliomielite, contribuiu para que chegasse onde chegou.
Filho de família abastada, tinha todos os recursos para um bom tratamento. Porém, os médicos o desenganaram. Depois de receber a noticia de que não voltaria a andar, Roosevelt se abateu. Afastou-se da cidade, começou a beber e fez de um barco seu exílio.
Em 1925, ele recebeu uma carta do dono de uma instância de água mineral, convidando-o para passar uma temporada neste hotel. Lá, o proprietário construiu uma piscina com água medicinal. O senhorio sabia o que havia acontecido com Roosevelt e disse que ele poderia curar-se de sua doença se tomasse alguns banhos naquela piscina.
A família o ironizou, e acusou o proprietário de charlatanismo. Disseram os médicos:  “prometer milagres terapêuticos à você, é se valer de sua condição para tirar-lhe dinheiro. Já foi feito o que era possível, não há mais o que fazer”. Depois de ouvir isto, ele decidiu aceitar o convite.
Para chegar até o hotel, Roosevelt percorreu uma longa distancia, passando por várias cidades miseráveis, empobrecidas pela depressão. Desemprego e fome, invadiam a janela do trem. O que fazer diante disto? A impotência era visível no rosto das pessoas. Algo precisava ser feito, antes que as adversidades devorassem todos.
Chegando no hotel, Roosevelt encontrou uma enorme casa com várias janelas quebradas, pintura envelhecida e mato por toda parte. Mesmo assim, ele quis conhecer a piscina, que segundo os empregados, era milagrosa.
O prodígio atribuído as águas, se devia a densidade das mesmas que funcionavam como um recurso através do qual Roosevelt se exercitava. A determinação em caminhar horas a fio, dentro da piscina, bem como, o esforço feito para se equilibrar dentro dela, favoreceu sua recuperação.
Passado algum tempo, Roosevelt não só voltou a dirigir automóveis, como tornou-se o presidente que retirou os Estados Unidos da crise que o atingia desde 1929. Ele criou seu próprio destino quando desacreditou no que os médicos lhe haviam dito. Determinado a superar desafios, considerou como seus os problemas que afligiam milhões de norte americanos, e por meio deles, elaborou uma estratégia de saída tanto para si, quanto para o pais. Desta maneira, reinventou a ambos. Mudanças nunca ocorrem sem inconvenientes, mas muitos homens não se permitem pensar nisto, por acharem que um homem quando faz, é porque há algo de errado com sua masculinidade. E será que há?


2 comentários:

  1. Roosevelt super bem lembrado! Estou economizando o 'De Tarzã a Homer...', pois estou terminando (acredite! eu não tinha lido ainda esse! custei a achar prá chuchu, precisei encomendar pelos correios!); cada texto seu fica melhor ainda; você é um excelente vinho! Demorei a ler porque estou lendo você e o Proust (teminando o terceiro volume), além de mais dois nos quais vou mais devagarinho (um do Peter Gay, e agora o do Chebabi); a vantagem de ir revesando, é que fica mais fácil 'economizar'. Que economia é essa?... Uái! para não terminar o livro e ter que 'me separar dele', ora!... rsrsrsr BEIJOS!

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